quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Inferno Astral


     Nunca acreditei muito em astrologia, mas há uns meses acho que estive em meu inferno astral. Fui traído, roubado, rejeitado, ignorado. Tive que abrir mão de algumas coisas, me afastar de algumas pessoas (Não estava me sentindo boa companhia para ninguém). Claro que adoraria ter alguém para pedir ajuda, mas aí não seria eu. (Tenho algumas dezenas de conhecidos, mas não quis incomodar ninguém).

     Fiquei muito depressivo. Claro que consegui esconder bem minha tristeza, como sempre faço com todo e qualquer sentimento que considero negativo.

     O ruim da depressão é se sentir um lixo. Como se tudo o que vivemos antes não tivesse importância. Me senti como se eu tivesse plantado um bocado de árvores e tivesse descoberto de repente que nenhuma delas daria frutos, apesar de eu as adubar e regar com atenção; de tê-las plantadas onde levariam sol e chuva, onde pudessem serem abraçadas pelo vento...

     Sinto uma tristeza muito grande quando penso que não conseguirei produzir tudo o que sou capaz de criar. Poderia fazer filmes, gravar CDs, escrever livros, fazer vários tipos de artesanatos e muitas coisas mais, e no entanto não consigo finalizar quase nada, por mais que eu me esforce. E é como se estivesse vivendo por nada, um tempo perdido que nunca será recuperado.

     Foi um mês difícil de muitos estragos, e só agora, quatro meses depois, estou me recompondo. A única coisa que lamento de verdade é saber que nunca mais reconstruirei os laços de convívio com as pessoas com quem convivi nos seis primeiros meses desse ano, e a culpa é só minha, que fique bem claro. Queria mesmo ser diferente, ser mais sociável, mas apesar da minha boa educação, sei que não fui feito para conviver com outras pessoas. Acabo estragando tudo. (Maldita síndrome de Asperger!)


     O bom da vida é que sempre consigo encontrar forças para seguir em frente, e sendo assim, voltei a sonhar de novo com algum futuro. (Estive vegetando nos últimos meses, mas agora estou cheio de planos de novo). Ainda não sei o que vou fazer, só sei que vou correr atrás de algo no próximo ano. 

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