Dias atrás vi na
tevê a estória de dois irmãos cegos que cantam sertanejo e queriam conhecer um desses
novos sertanejos famosos. O que me chocou na matéria foi a hipocrisia do apresentador.
Ele disse que os
dois estavam no programa pelo talento, por cantarem bem. (Detalhe: eles não são
famosos; acho que nem vivem de música). E qualquer pessoa com um pouquinho de
inteligência sabe que foi a DEFICIÊNCIA
dos dois que proporcionou “esse bônus”. (Sem falar nas vezes que a deficiência
dos dois foi comentada pelo apresentador hipócrita). Há muitos cantores não
famosos tão talentosos ou mais, e não
vão aparecer no programa dele por NÃO
serem deficientes!
Tenho me perguntado tanto “por que a gente é
assim?”.
As pessoas tem
que aprender a tratar os outros e se tratar com naturalidade, independente de
uma deficiência qualquer. Somos humanos. Todos! Nenhuma deficiência pode mudar
isso. Não é preciso ficar puxando o saco, presenteando; fingindo que não sentem
pena da deficiência ou pior: usando-a por um pouco de ibope.
***
Ante ontem assisti
a estória de um deficiente visual que participou de uma prova que poucos
conseguem: Correr uma maratona no deserto.
Na entrevista ele
deixou bem claro que fez isso para provar que era capaz. Sinto alegria por ele
conseguir, mas ao mesmo tempo, acho isso desnecessário. NÃO TEM QUE PROVAR NADA
PARA NINGUÉM. Nem mesmo para si mesmo. Participar de uma MEGA PROVA FÍSICA não
desfaz a deficiência. (Teve que correr amarrado a uma guia. Ocupou uma pessoa
apenas para fazer a função dos OLHOS DELE).
Sei que sou um
cara careta, que tenho conceitos bem diferentes da maioria, mas vamos ser
justos: Deficiência não diminui ninguém. São as ações.
Mesmo que essa
mulher tenha feito isso por amor, por amizade, ou pelo dinheiro, ela poderia
estar fazendo outra coisa. Quem sabe se não perdeu algum acontecimento
importante de algum familiar? E o cara continua cego depois de tudo.
***
Pior é quando
algum deficiente comete a hipocrisia de dizer “Hoje eu sou mais feliz do que
antes do acidente”, (Como já vi um famoso na tevê dizer) quando o máximo que
deveria dizer era “apesar de tudo, hoje eu consigo viver bem, e me sinto feliz”.
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